Para sempre é muito tempo


Encontrei umas notas soltas pelo computador e, por lá, podia ler-se a seguinte frase: “Dois anos e meio de Lisboa e ainda custa pensar o futuro nesta cidade.”

Ai, Lisboa Lisboa! És a minha cidade agridoce. Aquela que tanto quero amar, mas que ainda não ganhou o meu coração… não por completo.
Gosto de ti mais do que ontem, é certo. Mas há sempre aquela saudade do que deixei para trás, por ti (sim, eu sei… Também foi por mim).
Sempre me foi difícil pensar em Lisboa como destino permanente… Vim e sempre vivi ao ritmo do “vamos ver no que isto dá”. Se não correr bem, sabia que havia sempre alguém à minha espera a 300 Km de distância. Mas as coisas foram ficando sérias e eu fui ficando por cá.
Hoje, é aqui que está o espaço a que chamo casa. Quando vou para fora, já sinto vontade de regressar ao meu cantinho (que hoje já não é no norte, mas aqui). 
Ainda assim, Lisboa (para mim) continua a conjugar-se apenas e só no presente. Lisboa é o aqui e agora. Ainda não digo com toda a convicção que é aqui que vou assentar e criar raízes. Lisboa acolheu-me e timidamente fomos dando oportunidades uma à outra… Os laços fortaleceram-se, mas ainda não estou apta a gritar a plenos pulmões que é aqui que pertenço. Porque por mais encantadora que a cidade seja (que o é) a nossa história só agora começou a amealhar os primeiros capítulos… E sei que é ingrato medir forças com 27 anos de uma história feliz. A memória e a saudade funcionam como barreiras à total integração, mas a coisa dá-se… e, hoje em dia, Lisboa já não é só trabalho. 

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