Modas sempre as houve, mas nunca me cingi muito a elas. Aceito as tendências mas, por norma, crio as minhas. Gosto de estar informada, sou curiosa, mas gosto sobretudo de andar "ao meu ritmo". Não sou muito influenciável, mas gosto de me inspirar, gosto de saber "o que anda no ar", mas não me limito a reproduzir o que vejo. Por norma, questiono as coisas, vou em busca de mais informações e se valer a pena eu própria começo a reproduzi-las. No fundo, é encontrar um sentido para fazer ou não algo e não apenas fazer só porque toda a gente faz.
Ser (ou parecer) saudável está na moda (o que é ótimo!). Agora com a febre dos "sumos verdes" (ou detox), do fitness, do vegan,... começamos a ser invadidos por toda uma nova panóplia de vocabulário rotineiro como "pré-treino", "pós-treino", "celeiro", "proteínas", "produtos biológicos", "gluten free", sementes (ui, como as sementes estão na moda: chia, linhaça,...), já para não falar nos "mirtilos".
Contudo, penso que essa parte mais técnica do desporto (inicialmente mais incumbida aos profissionais e, hoje em dia, também entendida (q.b) e praticada pelo comum das pessoas) não tem de ser levada à risca, nem tão pouco de forma obrigatória. Isso tem a ver com os objetivos de cada um. E conheço muita gente que desmotiva por isso. "Ah, eu não tenho dinheiro para aqueles baldes que eles compram!". Ser saudável dá trabalho, mais ainda para quem não tinha qualquer rotina do género. É preciso ter muita paciência, disciplina e dedicação para optar por reeducar todos os hábitos que se iam mantendo. Como se costuma dizer: É difícil começar. Mas mais difícil ainda é dar continuidade ao que se começou ou aprendeu.
O pior desta "onda saudável" é o efeito "bola de neve" que vira avalanche, ou seja, são muitas pessoas a inspirarem-se umas nas outras e muito pouco em profissionais... depois cometem-se erros. Há pessoas que de facto têm conhecimentos para aplicar certas práticas, mas quem as "copia" nem sempre os tem. E, por vezes, aquilo que é indicado para uma pessoa pode não ser indicado para outra. Cada organismo é um organismo e, infelizmente, seguir algo só porque resultou com aquela pessoa não é uma boa política.
Tirando algumas exceções de dietas necessárias e requeridas por médicos ou casos de saúde graves, as coisas funcionam de forma simples: tudo faz mal quando consumido em excesso (o sal em excesso é altamente prejudicial, mas os sumos ditos "detox" também). Assim que mantenhamos uma alimentação equilibrada (comer um pouco de tudo da dita "roda dos alimentos"), em quantidades quanto baste já é um bom caminho. Se a isso aliarmos a prática de exercício físico (uns alongamentos, uma caminhada, que seja) melhor ainda. Depois existem os requisitos básicos, que têm a ver sobretudo com a gordura dos alimentos, daí a opção pelos cozidos e grelhados em detrimento dos fritos (a forma como se confecciona os alimentos também conta muito). A parte mais técnica tem a ver com objetivos específicos, como aumentar a massa muscular, manter massa muscular, moldar a forma corporal, emagrecer, aumentar de peso, ... Depois existem os motivos mais "científicos": há nutrientes, minerais e vitaminas presentes nos alimentos que evitam que se recorra a medicamentos/químicos para obter o mesmo efeito, pelo que é bom conhecer quais são e como podemos integrá-los na nossa "dieta" diária.
Acima de tudo sou da opinião que só devemos fazer algo por estimulação própria e porque nos faz sentir bem. Não adianta fazermos algo só porque toda a gente faz, se não nos sentimos verdadeiramente motivados ou satisfeitos. Além de ser mais difícil obter-se resultados, também vamos prejudicar a nossa saúde interior. E não há nada mais importante do que o nosso bem-estar. Por isso, primeiro é fundamental perceber os motivos que nos movem a fazer isto ou aquilo; perceber o que é importante para NÓS.
Acho que o último parágrafo resume o essencial, só devemos fazer as coisas se nos fazem sentir bem e se sentimos motivação para tal. Devemos fazer de acordo com os nossos objectivos e não porque é uma moda e toda a gente o faz.
ResponderEliminarEu comecei a adoptar um estilo de vida mais saudável de há uns para cá porque tenho objectivos pessoais que me motivam a fazê-lo, porque sei que é mais saudável para a minha saúde e o melhor de tudo porque me sinto bem com este novo estilo de vida. Se deixar de me sentir bem ou deixar de estar motivado, o mais provável será acabar. Mas espero bem que isso não aconteça.
Depois também não gosto de extremismos e radicalismos. Adoro comer e de vez em quando não resisto a fazer as minhas (denominadas) cheatmeals, menos saudáveis mas que sabem muito bem e são essenciais para um equilíbrio mental :)
Tu és uma sortuda do ponto de vista genético porque consegues ter um corpo fitness e invejável para a maioria das mulheres, sem teres de passar por aqueles "sacrifícios" alimentares! ;)
Exatamente e ainda bem que és movido pelos motivos certos! A tua motivação é, com certeza, uma inspiração para muitos dos teus seguidores e admirei muito o post que fizeste sobre a "realidade" de quem tem um objetivo, ou seja, que nem todos os dias são dias fáceis e que há dias de menor motivação. Gostei do post honesto de quem opta pela vida saudável, mas não se priva de uma ou outra refeição mais "calórica", porque o pior desta "moda" prende-se mesmo com essa barreira: os que têm sucesso e os que não conseguem ter a mesma motivação e resultados, o que leva a frustrações, deceções e até falta de auto-estima. Algumas pessoas precisam de ver "esse lado" para compreender que as dificuldades delas também são a dos outros, para que não desmotivem ou sintam que são as únicas a não ser fortes :)
EliminarEu sou "fit"... hoje... mas nunca se sabe o dia de amanhã... A componente genética pode ter sido generosa, mas cabe-me a mim dar-lhe continuidade, para não deitar por terra essa "dádiva". Devemos procurar adotar um estilo de vida saudável sempre que possível, não só por sermos gordinhos, magrinhos ou atletas! :)