O segredo para ser feliz é....


... não ter medo. 
E... qual o segredo para não ter medo? Não faço a mais pequena ideia.

Lutar pelo que nos faz feliz não é nada fácil.
Nada. 
Teoricamente, basta querer (querer muito), correr atrás, persistir, fazer por merecer e conquistar.
Mas a fórmula não é assim tão linear.
Desde logo, olhando para o protagonista, o sujeito da ação, aquele que luta. 
Nós não somos constantes. Os dias moldam-nos, as experiências transformam-nos... somos seres em permanente mutação e crescimento. O que é válido para nós hoje, pode não ser amanhã. 
E depois porque nem sempre sabemos realmente o que nos faz felizes. Achamos que é uma determinada coisa, mas quando a temos percebemos que nada nos acrescenta. A vida é uma jornada feita de tentativa-erro. Um caminho de auto-conhecimento. E como seres eternamente insaciáveis e em busca permanente por algo mais, fica quase desconfortável ingressar nessa procura da felicidade. Até porque, como dizem e bem, muitas vezes essa felicidade está para lá da nossa zona de conforto. Muitas vezes, obriga-nos a deixar o certo pelo incerto, a correr riscos, a dar um passo no escuro... e muitas vezes, essa aposta é no vazio e não tem garantias de sucesso. E é por isso, que a maioria opta por ficar num terreno que já conhece, “porque mais vale um pássaro na mão, do que dois a voar”, porque “mais vale pouco do que nada” e a ambição assusta. Não queremos provar o sentimento de culpa por termos deitado tudo a perder, por algo que, ainda por cima, partiu da nossa iniciativa (afinal, nunca foi fácil assumir a responsabilidade é às consequências das nossas escolhas ou ações).
Seja qual for o contexto, pessoal ou profissional, perdem-se de vista as almas infelizes. Os motivos da insatisfação são vários, mas a razão para se deixarem permanecer latentes e conformadas nessa condição é só uma: o medo. 
Porque ninguém quer voltar a estar sozinho, porque não há quem ambicione regressar a uma realidade de desemprego,  porque estar nos quadros da empresa e ter um ordenado certo ao final do mês é melhor do que não ter trabalho de todo, porque embora as condições laborais não sejam muito atrativas, são seguras... porque investiram o seu tempo em alguém ou porque levaram anos a penar para conseguir aquele contrato. Ou simplesmente, porque têm receio de estar a abdicar de algo (aparentemente) incrível por algo que não sabem se, a longo prazo, vai ser o que esperam.
Devia ser fácil ser feliz... Encontrar as razões certas que nos fizessem saltar da cama em êxtase e cheios de vontade de agarrar um novo dia... e depois voltarmos a a casa, estafados, mas com a sensação de estarmos no caminho certo. 
Devia ser fácil deixarmos os hábitos e o conformismo para agarrarmos os sonhos. 
Mas a vida não se leva com ilusões. A vida é dura e até algo madrasta. E é preciso não esquecer o bom senso, a importância da segurança e da estabilidade. Porque são eles que nos mantêm no rumo certo e que nos ajudam a não perder o norte. E por muito aventureiros e sedentos de desafios que sejamos, todos - em algum momento - precisamos de rumo, dessa bússola que nos mostre sempre o caminho para “algo certo”, ainda que essa seja uma realidade quase feliz.
E ser quase feliz, é menos assustador do que não ser feliz de todo. Talvez seja por isso que congelamos. E assim, vamos adiando os sonhos e a felicidade.

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