Este é um post sobre amor... e a culpa é vossa!


No seguimento deste post, recebi alguns e-mails (obrigada a todos!) que acabaram por servir de mote ao post de hoje. E é curioso perceber como o «Ser solteiro» é um tema que capta tantas atenções.

Uma das palavras que encontrei nos e-mails que recebi foi "sorte".
É verdade que nessa coisa do amor é preciso ter alguma sorte. Ainda que pareça (tendo em conta os tempos que vivemos), escolher alguém para envelhecer ao nosso lado não é propriamente como ir ao supermercado e escolher uma caixa de cereais para trazer connosco para casa. Em primeiro lugar, temos de estar recetivos e dispostos a que alguém volte a entrar nas nossas vidas… E acredito que, para muito boa gente, isso seja um risco que não aceitem correr assim de ânimo leve. Depois, porque com o tempo, e a experiência de causa, todos nós vamos ficando mais exigentes e seletivos.

E o problema da sociedade (e mesmo de quem acaba um relacionamento), é o de pensar que para sermos felizes temos obrigatoriamente de ter alguém. Óbvio que ninguém é feliz sozinho. Mas estar solteiro não é sinónimo de estar sozinho e namorar não é sinónimo de felicidade plena. Ter a sorte de viver um amor é das melhores coisas do mundo. Não há nada que nos preencha mais o coração do que sentir um amor desses bem vivo no peito. Mas só porque essa realidade não existe agora, não significa que quem está solteiro seja uma pessoa miseravelmente infeliz. Achar que alguém que é solteiro está sozinho só vem mostrar a visão distorcida que as pessoas têm do amor.

Amar não é seguir o caminho da “tentativa-erro”. Ou seja, não é agarrar todas as oportunidades que surgem até que uma dê certo, só pelo medo de se ficar só. O amor não é um refúgio, só porque temos medo da solidão (é um refúgio, sim. É um abrigo, sim. Mas num sentido totalmente diferente desse).
Muitas vezes, as pessoas colocam a responsabilidade de ser feliz nas mãos do outro, na esperança de encontrar ali a solução para aliviar toda angústia, tristeza e dor. Nada mais errado. Ninguém que chegue deve preencher seja o que for em nós. A pessoa que cruza o nosso caminho deve encontrar alguém completo e só deve chegar para nos acrescentar, para somar.
Antes de sermos um bom par, é fundamental percebermos que devemos ser um bom ímpar. Temos de gostar da nossa companhia, daquilo que vemos ao espelho todos os dias. Temos de sentir orgulho na pessoa em que nos temos tornado.
Quem inventou essa de que estar numa relação é sinónimo de felicidade? Todos sabemos que viver uma ligação tem tanto de doce como de amargo. Por isso, é importante que cada um de nós esteja emocionalmente forte antes de voltar a entrar de novo numa aventura dessas. Ninguém quer desmoronar à primeira rajada de vento.



Depois de alguns tombos, é normal que as pessoas optem por dar tempo a si próprias e que comecem a agir com outra cautela. Já não se deixam iludir com um acelerar mais forte do coração. Claro que há coisas que escapam ao nosso controlo, como saber quando chega alguém que vai mexer com o nosso coração. Até podemos estar sossegados da vida sem qualquer intenção de encontrar alguém e essa pessoa esbarrar connosco.
Certo é que tudo depende do que queremos para nós. Se um amor passageiro ou um amor para a vida. Se o nosso sonho for o «e viveram felizes para sempre», então acho que mais do que laços, devemos procurar criar nós. Os laços facilmente se desatam com o tempo, perdendo aquela forma bonita que um dia conhecemos.
Não há nada melhor do que amar e ser amado de volta. Mas não adianta ter pressa. Essa só traz aquela ansiedade que corrói.
Além disso, às vezes é bem preferível estar-se sozinho. Não há nada pior do que alguém se sentir só, mesmo tendo uma “companhia”.


«Sometimes, it’s not statistics. It’s just chemistry.

And sometimes, just because it is over, doesn’t mean the love ends.»

(How To Be Single, 2016)

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