Ser saudável está na moda

Power Granola by ourneckofthewoods #Breakfast #Healthy

Modas sempre as houve, mas nunca me cingi muito a elas. Aceito as tendências mas, por norma, crio as minhas. Gosto de estar informada, sou curiosa, mas gosto sobretudo de andar "ao meu ritmo". Não sou muito influenciável, mas gosto de me inspirar, gosto de saber "o que anda no ar", mas não me limito a reproduzir o que vejo. Por norma, questiono as coisas, vou em busca de mais informações e se valer a pena eu própria começo a reproduzi-las. No fundo, é encontrar um sentido para fazer ou não algo e não apenas fazer só porque toda a gente faz. 
Ser (ou parecer) saudável está na moda (o que é ótimo!). Agora com a febre dos "sumos verdes" (ou detox), do fitness, do vegan,... começamos a ser invadidos por toda uma nova panóplia de vocabulário rotineiro como "pré-treino", "pós-treino", "celeiro", "proteínas", "produtos biológicos", "gluten free", sementes (ui, como as sementes estão na moda: chia, linhaça,...), já para não falar nos "mirtilos".

Strawberry Lime Water // hydrating and healthy to keep in the fridge and to serve at barbecues

Há coisas que para mim não são novas... Sempre tive hábitos alimentares algo ponderados, não porque queria ou porque sequer pensasse nisso, mas porque desde que me lembro que é assim cá em casa. Nunca liguei muito ao tema das dietas (também por se calhar não ter sentido essa necessidade) e nunca fui pessoa de prestar muita atenção aos rótulos. Era mesmo desligada. Todos esses elementos mais técnicos, esse cruzamento de informação entre os ingredientes ou constituintes do produto, com a sua função e o objetivo pelo qual o queremos ingerir sempre me passou ao lado.
Há uns anos inscrevi-me num Health Clube (agora já não frequento). Pareceu-me a melhor opção para a fase de mais stress que estava a passar (a prática de exercício físico, em simultâneo com a abstração, ocupação e libertação mental que proporciona, é dos melhores estimulantes e anti-depressivos que pode existir). Raramente punha os pés no ginásio e optava sempre pelas aulas de grupo. Contudo, com o tempo e com o aconselhamento certo comecei a investir mais tempo no ginásio, com exercícios específicos (com ou sem máquinas). E à medida que ia notando os resultados fui ficando cada vez mais motivada. 

Make sure to start your day right with a wholesome, delicious breakfast! #healthy #breakfast

Mas nesse período que estive por lá, nunca tive muito essa preocupação (ou até obsessão) de saber a relação direta entre a alimentação que tinha e a prática de exercício físico. Talvez porque o meu único objetivo era mesmo em termos de saúde mental. Aquela libertação de energia, aliviava-me realmente a tensão que acumulava ao longo dos dias e isso bastava-me. Nunca pensei num programa alimentar pós-treino específico, inspirado em alimentos que dessem continuidade aos elementos que estava a trabalhar lá no ginásio. Saía do ginásio e lanchava normalmente (sem nunca me lembrar, por exemplo, que existem formas de estimular ou ajudar a manter a massa muscular que ia ganhando). Contudo, quando lá estava comecei a escutar algumas palavras como "suplementos" e pensava: "sim, quem quer realmente obter resultados físicos (de forma mais eficiente e rápida) deve necessitar de encontrar respostas também a esse nível". A verdade é que a saúde começa logo na boca. Aquilo que comemos dita, em grande parte, aquilo que somos. Logo é perfeitamente normal conciliar a atividade física à alimentação. Em conjunto vão moldar aquilo que somos ou queremos ser. Por exemplo, quando a alimentação que temos não dá resposta ao que precisamos (sobretudo se praticarmos algum exercício), existem os ditos suplementos - para compensar ou para estimular (de acordo com o treino e os objetivos que temos). Da mesma forma que, se não gastamos o suficiente, temos de adequar a nossa alimentação ao nosso "estilo de vida" - pelo menos isso é o que se tem como ideal).

Chicken & Asparagus Lemon Stir Fry -- 23 Healthy And Delicious Low-Carb Lunch Ideas

Contudo, penso que essa parte mais técnica do desporto (inicialmente mais incumbida aos profissionais e, hoje em dia, também entendida (q.b) e praticada pelo comum das pessoas) não tem de ser levada à risca, nem tão pouco de forma obrigatória. Isso tem a ver com os objetivos de cada um. E conheço muita gente que desmotiva por isso. "Ah, eu não tenho dinheiro para aqueles baldes que eles compram!". Ser saudável dá trabalho, mais ainda para quem não tinha qualquer rotina do género. É preciso ter muita paciência, disciplina e dedicação para optar por reeducar todos os hábitos que se iam mantendo. Como se costuma dizer: É difícil começar. Mas mais difícil ainda é dar continuidade ao que se começou ou aprendeu.

Fajita Quesadillas - Great way to get those Veggies into you... you know how to make a veggie sandwich right? ;)

Esta nova "onda" também me fez ficar um pouco mais curiosa quanto aos benefícios de certos alimentos ou combinações que não incluía na minha alimentação ou que desconhecia - os que incluía já sabia o que tinham de bom -, mas tem momentos que com tanta "motivação" exibida por aí até eu me chego a sentir uma enorme pecadora ou desleixada por comer com tanto prazer, por exibir "hidratos de carbono" nas minhas refeições ou por não ter essa preocupação tão afincada (quando sentimos que estamos a desviar-nos muito da norma, é inevitável que nos questionemos sobre a nossa "diferença" ou que fiquemos um pouco assustados pelo facto de não nos preocuparmos com coisas que o comum dos mortais se preocupa). E é aqui que eu acho que se aplica a expressão "ao seu ritmo". Adotar hábitos saudáveis é uma boa prática, mas podemos fazê-lo de acordo com as nossas necessidades e com o nosso tempo. Deixar que seja um processo natural e gradual e sem colocar pressões e exigências drásticas. Deixar que as coisas surjam, procurar conhecer, saber mais, compreender e então aí concluir o que realmente seria ou não benéfico começar a adotar. Não devemos fazer só porque toda a gente faz. Logo aí é um mau princípio. Devemos procurar um estilo de vida saudável dentro dos nossos padrões e necessidades. 

Skinny Slow Cooker Creamy Chicken - I've been making this recipe for years, given to me by a friend, and it is one of our favorites!  We love using black beans and corn as the veggies and serve it over shell pasta.

O pior desta "onda saudável" é o efeito "bola de neve" que vira avalanche, ou seja, são muitas pessoas a inspirarem-se umas nas outras e muito pouco em profissionais... depois cometem-se erros. Há pessoas que de facto têm conhecimentos para aplicar certas práticas, mas quem as "copia" nem sempre os tem. E, por vezes, aquilo que é indicado para uma pessoa pode não ser indicado para outra. Cada organismo é um organismo e, infelizmente, seguir algo só porque resultou com aquela pessoa não é uma boa política.
Tirando algumas exceções de dietas necessárias e requeridas por médicos ou casos de saúde graves, as coisas funcionam de forma simples: tudo faz mal quando consumido em excesso (o sal em excesso é altamente prejudicial, mas os sumos ditos "detox" também). Assim que mantenhamos uma alimentação equilibrada (comer um pouco de tudo da dita "roda dos alimentos"), em quantidades quanto baste já é um bom caminho. Se a isso aliarmos a prática de exercício físico (uns alongamentos, uma caminhada, que seja) melhor ainda. Depois existem os requisitos básicos, que têm a ver sobretudo com a gordura dos alimentos, daí a opção pelos cozidos e grelhados em detrimento dos fritos (a forma como se confecciona os alimentos também conta muito). A parte mais técnica tem a ver com objetivos específicos, como aumentar a massa muscular, manter massa muscular, moldar a forma corporal, emagrecer, aumentar de peso, ... Depois existem os motivos mais "científicos": há nutrientes, minerais e vitaminas presentes nos alimentos que evitam que se recorra a medicamentos/químicos para obter o mesmo efeito, pelo que é bom conhecer quais são e como podemos integrá-los na nossa "dieta" diária.

Spinach Salad with Chicken, Avocado and Goat Cheese

Acima de tudo sou da opinião que só devemos fazer algo por estimulação própria e porque nos faz sentir bem. Não adianta fazermos algo só porque toda a gente faz, se não nos sentimos verdadeiramente motivados ou satisfeitos. Além de ser mais difícil obter-se resultados, também vamos prejudicar a nossa saúde interior. E não há nada mais importante do que o nosso bem-estar. Por isso, primeiro é fundamental perceber os motivos que nos movem a fazer isto ou aquilo; perceber o que é importante para NÓS.

CONVERSATION

2 comentários:

  1. Acho que o último parágrafo resume o essencial, só devemos fazer as coisas se nos fazem sentir bem e se sentimos motivação para tal. Devemos fazer de acordo com os nossos objectivos e não porque é uma moda e toda a gente o faz.

    Eu comecei a adoptar um estilo de vida mais saudável de há uns para cá porque tenho objectivos pessoais que me motivam a fazê-lo, porque sei que é mais saudável para a minha saúde e o melhor de tudo porque me sinto bem com este novo estilo de vida. Se deixar de me sentir bem ou deixar de estar motivado, o mais provável será acabar. Mas espero bem que isso não aconteça.
    Depois também não gosto de extremismos e radicalismos. Adoro comer e de vez em quando não resisto a fazer as minhas (denominadas) cheatmeals, menos saudáveis mas que sabem muito bem e são essenciais para um equilíbrio mental :)

    Tu és uma sortuda do ponto de vista genético porque consegues ter um corpo fitness e invejável para a maioria das mulheres, sem teres de passar por aqueles "sacrifícios" alimentares! ;)

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    1. Exatamente e ainda bem que és movido pelos motivos certos! A tua motivação é, com certeza, uma inspiração para muitos dos teus seguidores e admirei muito o post que fizeste sobre a "realidade" de quem tem um objetivo, ou seja, que nem todos os dias são dias fáceis e que há dias de menor motivação. Gostei do post honesto de quem opta pela vida saudável, mas não se priva de uma ou outra refeição mais "calórica", porque o pior desta "moda" prende-se mesmo com essa barreira: os que têm sucesso e os que não conseguem ter a mesma motivação e resultados, o que leva a frustrações, deceções e até falta de auto-estima. Algumas pessoas precisam de ver "esse lado" para compreender que as dificuldades delas também são a dos outros, para que não desmotivem ou sintam que são as únicas a não ser fortes :)

      Eu sou "fit"... hoje... mas nunca se sabe o dia de amanhã... A componente genética pode ter sido generosa, mas cabe-me a mim dar-lhe continuidade, para não deitar por terra essa "dádiva". Devemos procurar adotar um estilo de vida saudável sempre que possível, não só por sermos gordinhos, magrinhos ou atletas! :)

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