2013 marca a comemoração dos 250 anos daquela que é vista como o ex-libris da cidade do Porto.
Imponente e majestosa, destaca-se entre o formigueiro arquitetónico que cobre toda a Invicta.
Falo, claro está, da Torre dos Clérigos, uma das muitas obras portuenses com a assinatura de Nicolau Nasoni.
Dois séculos e meio de existência que servem agora de pretexto para trazer até vós um "cheirinho" daquela que, provavelmente, será a obra mais emblemática de Nasoni (e que está classificada como Monumento Nacional desde 1910).
Muitos são os que já devem estar familiarizados com a sua majestosidade... As suas linhas, o seu tamanho (a Torre dos Clérigos já foi considerada o edifício mais alto de Portugal), os tons, um ou outro detalhe que salta à vista num primeiro olhar. Mas poucos serão, no entanto, os que conhecem de perto as suas entranhas e que ousaram "escalar" a sua Torre.
O termo "escalar" não foi ali empregue por engano. Falo-vos de um edifício que tem 76 metros de altura e e uma escada em espiral com 240 degraus (e é um verdadeiro desafio subi-los - falo pela minha experiência pessoal.).
De facto, até há bem pouco tempo (vai fazer precisamente um ano) eu fazia parte desse grupo de pessoas que só conhecia a Torre de passagem, até que num belo dia de inverno (no tão badalado 12-12-12 - que giro, hun?!), no decorrer de uma reportagem, tive a inesperada oportunidade de aceder aos degraus que nos guiam Torre acima. Foram quase 240 degraus de mochila, tripé, câmara e guarda-chuva atrás (sim, no dia anterior tinha chovido a potes e preferi ir prevenida, no entanto, o sol deu um ar da sua graça e eu fiquei radiante)... o calçado não era o mais confortável e o percurso até à Torre não é dos mais simpáticos... à medida que vamos subindo o espaço vai estreitando e é verdadeiramente claustrofóbico, só vemos as paredes de pedra cada vez mais apertadas e o ar parece rarefeito.
Contudo, quando atingimos o cimo da Torre tudo se esquece ao dar de caras com a magnífica vista (e estou a ser modesta... a vista da torre é esplêndida...). Porto, Gaia, o rio Douro... tudo numa composição e harmonia perfeitas.
No entanto, importa referir que os Clérigos não se confinam apenas à Torre. Existe também uma Igreja anexa que pode ser visitada.
Aconselho vivamente a passarem pela experiência - mas com um ótimo pequeno almoço no estômago! Existe imenso para contemplar e desfrutar lá bem do seu alto. Escolham um dia de sol, pois ganha tudo um novo encanto! Não é à toa que muitos apaixonados elegem o topo dos seus 76 metros de altura para dar vida a um pedido de casamento!
"A torre é, indiscutivelmente, o maior símbolo do Porto, cúmplice da cidade e das suas gentes." (ALVES, Florbela in Visão)
Deixo-vos com o produto final desse dia - a reportagem que me levou a conhecer o interior da Torre:
(Parte das fotos são de minha autoria - tiradas com o telemóvel a 12-12-2012. As restantes foram retiradas do Google e da página oficial da Torre dos Clérigos).
Lindas fotos! :)
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