Decifrar pessoas: "Diz-me o que pensas e como ages e dir-te-ei quem és"

Não consigo perceber algumas pessoas - e acreditem que eu sou do tipo que perde muito do seu precioso tempo a tentar navegar nas entranhas cerebrais dos meus comuns, em busca das mais ínfimas respostas para os seus atos, posturas e caráter. Normalmente sem sucesso. Mas pelo menos dá-me uma ótima perspetiva da pessoa que tenho defronte (é incrível as pecinhas que consigo juntar, e o sentido que pequenas páginas soltas podem fazer... é como se tudo começasse por pequenos pedaços de papel rasgados, que eu junto, conecto e relaciono, até conseguir todo o livro e, consequentemente, a história).
O mais incrível nessas pessoas é vê-las julgar os outros por considerarem que os demais têm exatamente a mesma forma de proceder que elas, ou seja, por se saberem capazes de "algo mau", pensam que todos os outros são assim também. São algumas (para não dizer muitas) as vezes que me interrogo: "Se não houvesse amanhã, deixavas alguma coisa por dizer?". Sempre que depende de mim não deixo (procuro não deixar pelo menos), mas existe sempre esta ou aquela pessoa a quem gostaríamos de ter dado uma palavrinha, mas que não fazia sentido. Eu tenho uma ou outra a esse nível, a quem ainda me dá ganas de dizer "poucas e boas"). Mas depois recordo o caráter das pessoas a quem me refiro e é muito triste gastar "maturidade", valores, caráter e educação com quem não os tem - ou até tem mas não lhes dá o devido uso ou simplesmente não sabe que uso "devido" é esse, por terem todos esses valores e prioridades tão trocados -, porque além de perda de tempo (já que essas pessoas nunca vão compreender patavina do sentido da nossa "conversa", porque não têm nem se regem pela mesma linha de pensamento que nós -, ainda corremos o risco de ser mal interpretados, podendo até passar pela humilhação de ver o outro rir-se  na nossa cara ou nas nossas costas pela nossa ação. 
Dá dó só de assistir à forma mesquinha de algumas pessoas pensarem e, mais ainda, de agirem com o outro ou mesmo em sociedade. Mas tola sou eu, porque quanto mais vou, mais vejo: ser hipócrita neste mundo, brincar e jogar com "os momentos em prol das circunstâncias e dos interesses individuais" é a porta para o "sucesso"... uma espécie de MasterCard que nos abre imensas portas, mas que depois de levado à exaustão nos faz sentir vazios. Pensei que fosse óbvio para todos que o mal que nos fazem não melhora se prejudicarmos a outra pessoa na mesma medida. Isso torna-nos igual a ela... pior... torna-nos ainda mais medíocres, porque criticamos sim, mas tivemos oportunidade de fazer diferente e não fizemos. A melhor forma de ensinar alguém é mostrando-lhes que somos diferentes, que conseguimos dar paz ao nosso coração pelo que somos e pelo que dali para a frente fazemos e não pela "vingança" de fazer o outro pagar pelo que nos fez. Pensar que se é feliz, por se calcar quem nos fez mal é uma forma errada e ilusória de felicidade. Só vamos empobrecer a alma. E a alma precisa de bons atos e de paz e isso consegue-se quando buscamos alimento nas nossas atitudes e comportamentos positivos, naquilo que fazemos de bom, de dia para dia. Alimentar a alma com esse "prazer" de vingança é tão maquiavélico quanto triste. Pessoas assim provocam-me úlceras nervosas, deixam-me frustrada por pertencer a um mundo tão "louco" e desorientado. Mas quando caio em mim e relembro o que realmente está certo... dão-me apenas pena!

I always do my best to be honest. If I'm telling lies, then I have to remember the 10 million lies I just told. Not to mention that being honest is the right thing to do. Karma will work its way back around and you just have to live your life and not worry about it. Easy to say, harder to do.
(Everyone should remember this)

CONVERSATION

3 comentários:

  1. Gostei do teu ponto de vista...embora desse para o debate...Blog giro...

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    1. Concordo, dava mesmo pano para mangas e acredito que existem várias formas de olhar o "copo". Tudo depende do que está realmente em causa, da pessoa, dos motivos, das intenções... cada caso é um caso. Ao redigir neste caso temos sempre um ou outro caso específico em mente, não significa que se aplique de forma generalizada a todas as pessoas ou circunstâncias claro. Obrigada pela visita e pela opinião!

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  2. Concordo totalmente com a tua visão, no entanto não nos podemos calar a tudo pois corremos o risco de outras pessoas do mesmo nível desejem repetir a proeza.

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